Serviços Online Gratuitos?
Há uma máxima no mercado de tecnologia que diz: “Se não precisamos pagar pelo serviço é porque nós somos o produto”.
Com o escândalo sobre a privacidade dos dados do Facebook veio à tona a discussão sobre o que empresas como Facebook e Google fazem com nossas informações. E junto com esta discussão retornou o dilema de pagar pelos serviços ou não.
Entenda o escândalo
Zuckerberg, CEO do Facebook, precisou explicar ao Congresso dos EUA acerca da manipulação indevida de dados de 87 milhões de usuários pela Cambridge Analytica, consultoria política que trabalhou para Donald Trump durante a corrida eleitoral de 2016 e na campanha para a saída do Reino Unido do Brexit.
A forma como as informações foram colhidas pela empresa britânica trouxe à tona o modelo de negócio do Facebook e de outras empresas de tecnologia, que coletam, processam e armazenam dados de seus usuários para segmentar a distribuição de anúncios.
A polêmica da Cambridge Analytica vem em um momento em que começa a pressão para regulamentar a atuação de empresas de tecnologia através de plataformas, em que pessoas armazenam grande quantidade de conteúdo.
No fim de fevereiro, a Câmara dos Deputados dos EUA aprovou uma lei que permite responsabilizar judicialmente companhias de internet em caso de ações ilícitas praticadas por usuários.
Essa nova legislação permite que sites e serviços conectados sejam levados à Justiça caso sejam usados para o tráfico sexual. Até então, as empresas não podiam ser processadas, mesmo que suas plataformas fossem usadas para escravidão sexual ou tráfico de seres humanos. Somente os responsáveis por promover esses conteúdos é que deveriam ser processados
O Centro da Questão
Zuckerberg foi questionado sobre o quê coleta das pessoas e se armazena os dados. Ele classificou os dados de duas formas:
- Informações que as pessoas escolhem compartilhar, como fotos e publicações
- Dados que podem transformar os anúncios em algo mais assertivo
“Eu espero que o que fazemos com dados não seja surpreendente para pessoas”, disse Zuckerberg.
“As pessoas podem escolher não compartilhar os dados”, ressaltou.
O senador Bill Nelson então perguntou se a rede social estava pensando em cobrar de seus usuários para eles não vissem propaganda.
Zuckerberg disse que captar recursos com anúncios da publicidade é a forma encontrada pela companhia para conectar bilhões de pessoas.
Não há nada gratuito no mundo. Se não pagamos a conta de serviços é porque alguém paga por nós. O cerne da questão vai além do compartilhamento das informações, mas como tudo isso é usado para nos manipular. Como teria sido o resultado da eleição americana, que elegeu Donald Trump, ou o referendo inglês sobre o BREXIT, que confirmou o processo de saída do Reino Unido da União Européia, sem a manipulação feita com uso das informações?
A resposta é que ninguém realmente sabe, tudo é imprevisível. Porém, a história nos mostra que no passado os meios de comunicação em massa, Televisão, Rádio e até mesmo o Cinema, eram as armas preferidas de regimes opressores como meio de manipulação da “vontade do povo”.
É difícil dizer para empresas como Facebook e Google que não devem usar nossas informações, pois é através da mineração delas que eles se mantêm e vendem anúncios baseados nesta grande operação de BIGDATA. Empresas como a Apple e Microsoft se posicionam publicamente a favor da privacidade por que apenas parte de seus modelos de negócios é baseado no uso de nossas informações. A maior parte de suas receitas são oriundas de venda de Hardware e Software.
Quem pagaria cerca de 50 dólares por ano em uma conta de Gmail? Ou 50 dólares por ano para ter uma conta integrada de Facebook, Instagram e WhatsApp.